O BTC pode evitar o “setembro vermelho”?
Na blockchain, sempre tem algo interessante acontecendo. Veja o que você precisa saber esta semana:
O bitcoin caiu abaixo dos US$ 110 mil. Veja também: novos ETFs de criptomoedas despontando no horizonte, e os resultados da pesquisa global anual de criptomoedas da Chainalysis.
Quatro perguntas para os mercados de cripto em setembro. Como as criptomoedas se sairão em um mês historicamente desafiador para os mercados?
A atividade onchain do Ethereum atingiu o maior nível em quatro anos. Confira também outras estatísticas interessantes do mundo cripto.
BYTES DO MERCADO
Os mercados de criptomoedas esfriam no início do mês
Após atingir novos picos em agosto, os mercados de cripto esfriaram no início de setembro, com a capitalização total caindo da máxima acima de US$ 4,1 trilhões em meados do mês passado para cerca de US$ 3,78 trilhões na quinta-feira.
O BTC caiu e ficou pouco acima de US$ 107 mil no começo da semana — o preço mais baixo desde o início de julho — antes de se estabilizar próximo a US$ 110 mil na quinta-feira. O BTC recentemente vem perdendo espaço para o ETH em termos de performance, com empresas como BitMine Immersion e SharpLink Gaming adquirindo bilhões de dólares em ether e impulsionando os preços da segunda maior criptomoeda nos últimos meses.
Setembro é historicamente um mês fraco para as criptomoedas, mas os analistas observam que, neste ano, o corte de juros do Federal Reserve amplamente previsto para meados do mês pode ajudar a estimular os mercados.
Veja mais sobre ETFs de criptomoedas, os países que lideram a adoção de cripto no mundo e as principais manchetes da semana...
Os ETFs de BTC recuperaram a liderança sobre os fundos de ETH com novos fluxos de entrada
Em agosto, os fundos negociados em bolsa (ETFs) de BTC perderam cerca de US$ 751 milhões, enquanto os ETFs de ETH captaram US$ 3,87 bilhões — uma dinâmica alimentada em grande parte pelo avanço de empresas com tesouraria em ether, como a BitMine.
Mas na terça-feira, pela primeira vez em semanas, os ETFs de BTC operaram no azul, captando cerca de US$ 332,7 milhões, enquanto os ETFs de ETH registraram saídas líquidas totalizando cerca de US$ 135 milhões, de acordo com dados da SoSoValue.
Equilíbrio é tudo...“O deslocamento dos fluxos de entrada de ETFs de ETH para os de BTC sugere que os investidores institucionais podem estar rebalanceando os portfólios para aproveitar a estabilidade percebida do bitcoin em meio às incertezas macroeconômicas”, explicou Nick Ruck, diretor da LVRG Research, para a The Block.
Mais ETFs de criptomoedas podem estar no horizonte
A SEC já recebeu pedidos de autorização de mais de 90 novos ETFs de criptomoedas, incluindo fundos de XRP, Solana, Dogecoin e várias outras moedas digitais. “Esses emissores vão lançar muitos produtos e tentar encontrar algo que vingue”, afirmou James Seyffart, analista da Bloomberg, acrescentando que “centenas de lançamentos de ETPs relacionados a criptomoedas” podem ocorrer nos próximos 12 a 18 meses.
Qual será o próximo ETF? Vários candidatos a ETFs de XRP ajustaram seus pedidos na SEC na semana passada, o que alguns analistas veem como sinal de um lançamento iminente.
Quais países e regiões estão liderando a adoção global de criptomoedas?
Todos os anos, a empresa de análise de blockchain Chainalysis publica uma pesquisa abrangente sobre o uso de criptomoedas em todo o mundo. No relatório deste ano, a firma descobriu que a adoção de criptomoedas aumentou fortemente em diversas economias regionais.
Na América do Norte e na Europa Ocidental, que respondem por US$ 2,2 trilhões e US$ 2,6 trilhões em atividade relacionada a criptoativos, respectivamente, a clareza regulatória uniu forças com um aumento do interesse institucional (em Wall Street e além) e isso ajudou a impulsionar a adoção de stablecoins, ETFs e outros produtos de pagamentos e investimento movidos a cripto.
A América Latina, a África Subsaariana e países do Leste Europeu, como a Ucrânia, emergiram como alguns dos “polos de crescimento mais rápido” das criptomoedas, com as tecnologias de blockchain se tornando cada vez mais fundamentais para pagamentos e remessas.
Enquanto isso, a região da Ásia e Pacífico (APAC) foi a que mais cresceu em adoção no último ano, com um aumento de quase 70% no valor total recebido. “O volume total de transações de criptomoedas na APAC cresceu de US$ 1,4 trilhão para US$ 2,36 trilhões, impulsionado por um engajamento robusto nos principais mercados, como Índia, Vietnã e Paquistão”, observa o relatório.
Acelerando… O mercado de cripto dos Estados Unidos continua registrando a maior “absorção de moeda corrente” do mundo, totalizando US$ 4,2 trilhões — quatro vezes mais do que o próximo país nesse ranking, a Coreia do Sul.
CRYPTO Q’S
Quatro grandes perguntas sobre os mercados de cripto em setembro
Após uma sequência de altas que levou BTC e ETH a novas máximas históricas em meados do ano, os preços das duas maiores criptomoedas caíram para os menores patamares dos últimos dois meses no início de setembro. Agora, os investidores se perguntam o que o futuro trará para as criptomoedas nos próximos meses.
Tendo em vista os possíveis cortes de juros no horizonte, o histórico pessimismo de setembro e um número crescente de empresas de capital aberto adicionando criptomoedas aos seus balancetes, veja algumas das maiores dúvidas que o mercado de criptomoedas enfrenta neste mês.
O que um corte de juros pelo Fed pode significar para os mercados de cripto?
A expectativa entre investidores é que o Federal Reserve reduza as taxas de juros em sua próxima reunião em 17 de setembro: traders de juros estão atribuindo 97% de chance a um corte de 0,25%, de acordo com o CME FedWatch.
Normalmente, o banco central americano reduz as taxas (o que ajuda a baratear o custo de empréstimos) em resposta a sinais de desaceleração econômica, como uma piora no mercado de trabalho. No entanto, a curto prazo, os cortes podem adicionar liquidez aos mercados e favorecer ativos como ações e criptomoedas.
De acordo com David Duong, chefe global de pesquisa de investimentos da Coinbase, o corte pode marcar um ponto de virada importante para o BTC, que caiu cerca de 7% em agosto, e também para o mercado de altcoins, que está cerca de 6% abaixo do pico do mês passado.
Como observa Duong, um dos impactos de juros mais altos é o acúmulo de capital em fundos do mercado monetário, que oferecem rendimentos previsíveis quando as taxas estão altas.
Mas o inverso também é verdadeiro: uma queda de juros pode desencadear a fuga de dinheiro desses fundos e a realocação para ativos como criptomoedas e ações. “Quando esses cortes do Fed começarem a acontecer, [os investidores de varejo] vão dizer: 'os fundos do mercado monetário não vão me pagar o quanto eu quero'”, afirma Duong.
Essa dinâmica pode beneficiar outros tokens além do BTC e do ETH, pois alguns traders podem decidir “migrar para algo mais arriscado”, como as altcoins.
O BTC pode evitar a histórica tendência do “setembro vermelho”?
Setembro costuma ser um dos piores meses do ano para o bitcoin e para os mercados financeiros em geral. Desde 1928, o S&P 500 apresenta retorno médio negativo em setembro, e o BTC cai em média 4% nesse mês desde 2013.
Alguns analistas apontam razões para essa tendência persistir, como o rebalanceamento de portfólios e o aumento na atividade de negociação após meses de baixa liquidez durante o verão.
Já outros, como Samer Rida, gerente de grupo de produtos na Bitso, dizem que ela também se tornou uma espécie de profecia autorrealizável. “Uma vez que os traders acreditam no ‘setembro vermelho’, eles passam a agir com antecedência para reduzir a exposição aos riscos, e esse comportamento autoconfirmatório acaba reforçando a tendência”, afirma o executivo.
Rida pode ter razão. Após oscilar entre “neutro” e “ganância” durante grande parte de agosto, o Crypto Fear & Greed Index (que mede o sentimento do mercado) atingiu níveis caracterizados como “medo” pouco antes do início de setembro, marcando sua leitura mais baixista desde junho.
Mas, é claro: se houver corte de juros, esse setembro pode ser diferente.
As empresas com tesouraria em cripto estão expandindo para outros tokens além do ETH e do BTC?
As empresas com tesouraria em criptomoedas, que são empresas de capital aberto que acumulam moedas digitais na esperança de impulsionar os preços das ações, têm se destacado entre as maiores altas do mercado acionário este ano.
Seguindo nos passos da Strategy, empresa de acumulação de BTC liderada por Michael Saylor, uma nova onda de organizações já começou a adquirir bilhões de dólares em ETH.
Apoiado pela popularidade dessas empresas, o desempenho de preço do ETH vem superando o do BTC já há vários meses, e a tendência agora começa a se ampliar para outros tokens. A CleanCore Solutions, listada na NYSE, anunciou na terça-feira seu plano de adquirir US$ 175 milhões em DOGE e se tornar a primeira empresa com tesouraria em Dogecoin. Enquanto isso, a Pantera Capital disse no mês passado que pretende levantar US$ 1,25 bilhão para uma firma com tesouraria em SOL, o que se somaria aos cerca de US$ 900 milhões em SOL já acumulados por esse tipo de empresa.
As empresas com tesouraria em ETH estão mostrando sinais de desaceleração?
Não! Esta semana, a Yunfeng Financial, empresa sediada em Hong Kong ligada ao fundador da Alibaba, Jack Ma, anunciou sua primeira aquisição de criptomoedas com uma compra de US$ 44 milhões em ETH. Enquanto isso, a BitMine Immersion, a maior empresa com tesouraria em ETH, relatou na terça-feira que suas posições em ether estão avaliadas em mais de US$ 8 bilhões após seu lote mais recente de compras.
No cômputo geral, as empresas com tesouraria em cripto detêm quase US$ 100 bilhões em criptomoedas, sendo que cerca de 40% desse patrimônio foi adquirido desde maio, quando a BitMine e outra empresa, a SharpLink Gaming, anunciaram seus planos iniciais de começar a comprar ETH.
Em declarações à CNBC, o CEO da BitMine, Tom Lee, sugeriu que um possível corte de juros pelo Federal Reserve somado ao crescente interesse institucional poderiam levar o ETH para a faixa de US$ 10 mil a US$ 15 mil. “Wall Street precisa encontrar uma blockchain estável e lícita para trabalhar”, diz Lee. “A maior parte da criação de stablecoins está acontecendo no Ethereum. É o lugar onde Wall Street está essencialmente 'financializando' o sistema.”
NÚMEROS EM DESTAQUE
US$ 320 bilhões
O volume de transações onchain do Ethereum em agosto, o nível mais alto desde maio de 2021. Impulsionado pelo crescimento das tesourarias corporativas em criptomoedas e pelos aportes em ETFs de ETH, o ether também viu seu preço saltar cerca de 20% em agosto.
US$ 500 milhões
Valor que o JPMorgan irá alocar à Numerai, um fundo multimercados de criptomoedas que obteve um retorno de 25% no ano passado. O fundo usa um modelo de “sabedoria das multidões”, no qual traders quantitativos competem por recompensas em tokens NMR em troca de fornecer estratégias de negociação bem-sucedidas.
100%
Probabilidade do mercado de previsões movidas a criptomoedas ser liberado para usuários nos Estados Unidos, de acordo com Shayne Coplan, CEO da Polymarket. A declaração veio após a Commodity Futures Trading Commission (CFTC) ter dado sinal verde para a empresa.
1
Classificação do novo jogo para celular dos Pudgy Penguins, o “Pudgy Party”, na categoria “Corrida” da App Store da Apple no dia do lançamento na semana passada. A coleção original de NFTs Pudgy Penguins continua sendo uma das mais valiosas do mercado, com um preço mínimo de 9,99 ETH (mais de US$ 44 mil) na terça-feira.
CRIPTOCURIOSIDADES
Quando o Dogecoin foi originalmente criado?
A
2011
B
2013
C
2015
D
2017
Veja a resposta abaixo.
Resposta da pergunta
B
2013
