Cripto em 2026: 6 temas para ficar de olho

Cripto em 2026: 6 temas para ficar de olho

Na blockchain, sempre tem algo interessante acontecendo. Veja o que você precisa saber esta semana:

O bitcoin afundou para menos de US$ 85 mil. Veja também as últimas novidades sobre ETFs de criptomoedas e todos os novos produtos que a Coinbase anunciou no evento Atualização do Sistema na quarta-feira.

Cripto em 2026: 6 temas para ficar de olho.As previsões de especialistas sobre o que será notícia no próximo ano.

A porcentagem de jovens investidores que afirmam ter criptomoedas. E outros dados interessantes do mundo cripto.

BYTES DO MERCADO

Poucos meses após nova máxima histórica, o BTC pode fechar o ano em queda pela quarta vez na história

Faltando menos de duas semanas até o fim de 2025, um dos anos mais dramáticos da história das criptomoedas parece estar caminhando para um desfecho tranquilo.

Há apenas alguns meses, no início de outubro, o bitcoin comemorava um novo recorde histórico acima de US$ 126.000. Os traders celebravam uma série de vitórias: uma lei bipartidária histórica sobre stablecoins, o governo mais favorável às criptomoedas da história dos EUA, inflação em desaceleração e cortes de juros pelo Federal Reserve.

Mas, nas semanas seguintes, os mercados tiveram dificuldade para recuperar esse otimismo, e agora o BTC corre o risco de encerrar o ano abaixo do nível em que começou pela apenas quarta vez na história. Os mercados também registraram um aumento da volatilidade, com o BTC oscilando de mínimas de US$ 85.000 a máximas de US$ 90.000 nos últimos dias. Ainda assim, os preços permanecem elevados em termos históricos, e muitos observadores-chave do mercado seguem otimistas em relação a 2026. 

O que abalou os mercados novamente esta semana e o que pode acontecer agora? Veja o que você precisa saber… 

Quais foram os fatores que impactaram os mercados esta semana?

Os preços das criptomoedas permanecem sob pressão desde outubro, quando um evento em cascata desencadeou mais de US$ 19 bilhões em liquidações de posições alavancadas, quase da noite para o dia. Foi a maior liquidação da história das criptomoedas.

Esta semana, foram registrados mais US$ 584 milhões em liquidações, principalmente de posições compradas. “O evento de liquidação ocorreu sem uma grande notícia catalisadora, reforçando um tema mais amplo que tem definido a recente movimentação do mercado: altas cada vez mais frágeis, com pouca convicção, baseadas em alavancagem e não na demanda spot”, observou a CoinDesk. 

Há semanas, os preços têm oscilado em meio a um contexto econômico complexo. Na semana passada, as cotações subiram brevemente após o último corte de juros do Federal Reserve. Esta semana, foi a vez de uma nova queda após a divulgação de dados de emprego mostrando o maior nível de desemprego nos EUA desde 2021.

  • Vamos falar de volatilidade… ETFs de BTC e ETH também registraram cerca de US$ 582 milhões em saídas líquidas na segunda-feira. Mas, até quarta-feira, o movimento se inverteu, e os ETFs de BTC contabilizaram entradas líquidas de US$ 457 milhões, à medida que os traders se preparavam para os dados de inflação dos EUA na quinta-feira e para os cortes de juros no Reino Unido.

  • Coinbase anuncia mercado de previsões, negociação de ações e outras grandes novidades 

    Na quarta-feira, em um evento transmitido ao vivo no X, a Coinbase lançou uma série de novos produtos, incluindo a implementação da negociação de ações e mercados de previsão no aplicativo principal da Coinbase; uma interface simples para negociar futuros e swaps perpétuos; a capacidade de negociar todos os ativos de Solana assim que são criados; vendas primárias de tokens; e o lançamento global do Base App como um “super aplicativo” onchain.

    Em breve, usuários da Coinbase nos Estados Unidos poderão comprar, vender e gerenciar ações e ETFs junto com seus portfólios de criptomoedas, usando dólares americanos ou USDC.

    Além disso, esses clientes também poderão negociar com base em suas previsões sobre os resultados de eventos do mundo real, como eleições, esportes, itens colecionáveis e indicadores econômicos, sendo que os preços dos contratos dos eventos serão determinados pela atividade coletiva de negociação dos participantes do mercado. Todo o fluxo de mercado virá da Kalshi no momento do lançamento.

  • A exchange de tudo… O anúncio também incluiu o Coinbase Advisor (planejamento financeiro com IA), produtos de pagamentos ampliados, negociação em DEXs de Solana e muito mais. “A Coinbase não é mais apenas um lugar para negociar criptomoedas”, disse o CEO Brian Armstrong. “É um lugar onde você pode negociar de tudo.”

  • A SEGUIR

    Cripto em 2026: 6 temas para ficar de olho

    Em 2025, as criptomoedas deram mais um grande passo rumo a se estabelecer como parte do ecossistema financeiro convencional. Instituições financeiras se tornaram grandes usuárias de criptomoedas, os EUA aprovaram uma lei histórica para stablecoins e o bitcoin registrou várias máximas históricas, apesar do pessimismo na reta final do ano. 

    O que o futuro nos reserva em 2026? Reunimos opiniões de analistas, empresas de capital de risco, executivos do setor de cripto e outros especialistas para identificar os seis principais temas que valem a pena acompanhar no próximo ano.

    O “ciclo de quatro anos” das criptos é coisa do passado? 

    Com o mercado de criptomoedas caminhando para 2026 em tendência de baixa, muitos se perguntam: o ciclo de quatro anos está se repetindo? 

    O ciclo tetra-anual é um padrão histórico da cotação do bitcoin, em que o preço do ativo atinge seu pico de 12 a 18 meses após um evento de halving, que ocorre a cada quatro anos (o mais recente foi em abril de 2024) e reduz a taxa à qual a oferta de bitcoins é minerada. Após atingir um pico, o BTC historicamente tem recuado em torno de 70%. Este ciclo vem definindo as altas e baixas das criptomoedas há mais de uma década. 

    Mas, cada vez mais, há analistas declarando sua “morte”. 

    David Duong, chefe global de pesquisa da Coinbase, escreveu em um relatório recente que o ciclo de quatro anos é “menos relevante para entender o desempenho do bitcoin, devido a uma confluência de fatores que remodelaram fundamentalmente sua demanda e a dinâmica do mercado”. A crescente adoção institucional por gestores de ativos, fundos multimercados, bancos e empresas de capital aberto significa que o mercado está menos dependente do sentimento de investidores pessoa física, e, por isso, Duong argumenta que estruturas históricas como o ciclo de quatro anos são “menos eficazes na previsão do desempenho futuro dos preços”. 

    A 21Shares também observou que, com quase 94% da oferta de bitcoin já minerada, o efeito dos eventos de halving na oferta passou a ser marginal. Enquanto isso, a Bernstein, em um relatório recente, destacou que o capital institucional está alterando a dinâmica do ciclo de quatro anos. 

    “Tendo em vista a recente correção do mercado, acreditamos que o ciclo do bitcoin interrompeu o padrão de 4 anos (pico a cada 4 anos) e passou a apresentar um ciclo de alta prolongado, com compras institucionais mais consistentes compensando as vendas por pânico no varejo”, afirmaram os analistas da firma.

    Os ETFs de cripto continuarão atraindo capital para os mercados?

    Apesar de um final de ano potencialmente conturbado, os ETFs de criptomoedas continuam brilhando, atraindo mais de US$ 47 bilhões em aportes líquidos até agora em 2025. Embora os investidores de varejo tenham sido responsáveis por uma boa parte essa atividade, os investidores institucionais podem dar continuidade ao movimento em 2026, especialmente com o lançamento de novos ETFs de cripto e com mais instituições, como o Bank of America, começando a recomendar esses fundos a seus clientes. 

    “Acreditamos que a onda de capital institucional que começou a entrar no mercado com a aprovação dos ETFs de bitcoin spot em 2024 irá acelerar em 2026, à medida que plataformas como Morgan Stanley, Wells Fargo e Merrill Lynch começarem a alocar recursos”, escreveu Matt Hougan, CIO da Bitwise, nas previsões da empresa para 2026

    Com pelo menos 124 novos ETFs aguardando a aprovação da Securities and Exchange Commission (SEC), a onda de novos produtos pode gerar novas fontes de demanda para diversos criptoativos.

    “A empolgação em torno dos ETFs não é excessiva, de forma alguma”, disse o CEO da Ripple, Brad Garlinghouse, em um painel de discussão recente . “Instituições que estavam à margem devido à incerteza regulatória agora estão participando.”

    Mercados de previsão vão crescer ainda mais 

    Plataformas como Kalshi e Polymarket, que permitem apostar nos resultados de eventos reais da geopolítica, dos esportes ou até mesmo do clima, tiveram um ano excepcional em 2025.

    Mercados de previsão como esses registraram um volume semanal superior a US$ 3 bilhões durante todo o mês de novembro, após terem se mantido em torno de US$ 500 milhões por semana durante a maior parte de 2025. 

    O próximo ano pode ver um aprofundamento da ligação entre essas plataformas e o espaço de criptoativos (inclusive na Coinbase), já que mercados de previsão baseados em blockchain oferecem benefícios como resolução descentralizada de disputas e liquidações automáticas com base nos resultados.

    Uma área que vale a pena ficar de olho, segundo Duong, da Coinbase, são os agregadores de mercados de previsões. Atualmente, a existência de várias plataformas acaba fragmentando as probabilidades e a liquidez dos eventos. Mas agregadores que se conectam com plataformas de mercado de previsão por meio de contratos inteligentes podem consolidar o volume de negociação e oferecer uma visão unificada das probabilidades de eventos, levando em conta todas as plataformas.

    “A partir de agora, prevemos um período de transformação para os mercados de previsões nos próximos anos, em que eles vão se preparar para alcançar maior escala e liquidez e potencialmente ampliar sua utilidade, deixando de ser ferramentas especulativas de nicho para se tornarem mercados valiosos que oferecem insights sobre eventos futuros”, escreveu Duong.

    EUA devem aprovar novas políticas pró-criptomoedas

    2025 marcou o início de uma grande mudança nas políticas federais dos EUA em relação às criptomoedas, incluindo uma lei histórica sobre stablecoins, uma onda de novos ETFs de cripto e uma nova liderança da SEC com postura favorável ao setor. A expectativa é que os avanços em políticas públicas continuem em 2026, especialmente porque as instituições continuam a avançar rapidamente em direção à adoção de criptomoedas. 

    Hoje, a principal iniciativa nesse sentido é o CLARITY ACT, um projeto de lei de estruturação do mercado que está tramitando no Congresso americano. Se for aprovada, a lei designaria a Commodity Futures Trading Commission (CFTC) como principal reguladora dos mercados de criptomoedas e criaria clareza regulatória para as empresas de DeFi, entre outras medidas. Segundo informações, as negociações devem se intensificar em janeiro.

    Além do projeto de estruturação do mercado, a CFTC e da SEC também poderão propor grandes mudanças. Recentemente, a CFTC passou a permitir que instituições sob sua jurisdição negociem criptomoedas no mercado spot. E o presidente da SEC, Paul Atkins, ao descrever a pauta da agência para criptomoedas, disse: “Vocês ainda não viram nada”.

    A agência de Atkins planeja estabelecer uma “isenção por inovação” para empresas de cripto, o que poderia ajudar a fomentar a experimentação e limitar os custos de compliance. A reguladora também dará continuidade ao “Project Crypto”, que visa modernizar as leis de valores mobiliários para alinhá-las a uma economia onchain. 

    “No próximo ano, todas as sementes que plantamos poderão começar a germinar”, afirmou Atkins. “Então, poderemos colher os frutos.”

    Stablecoins continuarão impulsionando a adoção de criptomoedas

    As stablecoins foram o setor mais importante do mercado de criptomoedas em 2025. Impulsionadas pela aprovação do GENIUS Act e pela crescente adoção de stablecoins por bancos, processadoras de pagamentos e outras instituições financeiras, elas ultrapassaram US$ 305 bilhões em capitalização de mercado e registraram mais de US$ 47 trilhões em volume de transações (mais que o dobro de 2024).

    Empresas e instituições financeiras tradicionais estão cada vez mais recorrendo às stablecoins por sua utilidade para pagamentos internacionais e liquidação instantânea de transações. A Visa lançou um “serviço de assessoria” com o objetivo de ajudar instituições financeiras a implementar estratégias de stablecoins; os maiores bancos globais estão avaliando o lançamento de uma moeda estável conjunta; e as maiores processadoras de pagamentos do mundo, incluindo Stripe e PayPal, estão investindo em iniciativas de stablecoins.

    De acordo com um relatório recente da a16z, a próxima onda de atividade em 2026 poderá vir de startups focadas em usar stablecoins para transações financeiras do dia a dia, como pagamentos entre bancos, cartões de crédito e até a troca de moedas locais por stablecoins e a viabilização do uso mais direto dessas criptomoedas em pagamentos convencionais.

    “Trabalhadores internacionais podem ser pagos em tempo real. Comerciantes podem aceitar pagamentos em dólar sem precisar de uma conta bancária. Aplicativos podem liquidar valores instantaneamente para usuários em qualquer lugar”, escreveu Jeremy Zhang, da equipe de engenharia da a16z crypto. “As stablecoins deixarão de ser uma ferramenta financeira de nicho e se tornarão a camada fundamental de liquidação para a internet.”

    Tokenização poderá ser a palavra do ano

    Se 2025 foi o ano das stablecoins, então 2026 poderá ser a vez da tokenização avançar a passos largos rumo à adoção generalizada. 

    A tokenização é o processo de criação de tokens digitais em blockchain para representar praticamente qualquer ativo do mundo real: dinheiro, ações, títulos, imóveis, royalties, obras de arte e muito mais. As instituições financeiras andam empolgadas com o assunto, pelo seu potencial de viabilizar liquidações instantâneas de transações, negociação 24 horas todos os dias e maior acessibilidade a diferentes classes de ativos. 

    Quase US$ 20 bilhões em ativos já estão tokenizados em blockchains públicas, entre eles títulos do Tesouro americano, ouro, ações, crédito privado e imóveis. Segundo um relatório da Hashdex, até o final do próximo ano, esse valor poderá chegar a quase US$ 400 bilhões graças ao "efeito autoalimentado" que se consolida no setor.

    À medida que grandes iniciativas de tokenização de instituições como BlackRock, Franklin Templeton e JPMorgan continuam a se intensificar, cada camada de garantia tokenizada ajudará a aumentar a liquidez e atrair novos emissores de ativos e novos investidores, afirma o relatório da Hashdex.

    Enquanto isso, países como o Paquistão avaliam a tokenização de títulos soberanos, reservas de commodities e títulos do Tesouro. Empresas voltadas ao consumidor também estão investindo pesado em tokenização, o que deve continuar em 2026. Alguns exemplos são a Kalshi, que tokenizou milhares de mercados oferecidos em sua plataforma, e a Coinbase, que planeja oferecer negociação de ações tokenizadas em sua plataforma.

    NÚMEROS EM DESTAQUE

    US$ 3,5 bilhões

    Volume anualizado de liquidação com stablecoins da Visa em 30 de novembro, segundo a Bloomberg. Na terça-feira, a gigante de pagamentos afirmou que permitirá que instituições dos EUA liquidem transações na rede de pagamentos da Visa usando USDC na blockchain Solana. A Bloomberg projeta que as stablecoins poderão viabilizar “mais de US$ 50 trilhões em fluxos anuais de pagamentos até 2030”.

    US$ 100 milhões

    Tamanho do primeiro fundo de mercado monetário tokenizado da história do JPMorgan, lançado na terça-feira na Ethereum. Inicialmente capitalizado com US$ 100 milhões, investidores qualificados poderão subscrever ou resgatar o fundo usando a stablecoin USDC. “Há um enorme interesse dos clientes em tokenização”, disse ao Wall Street Journal o chefe de liquidez do JPMorgan.

    45%

    Percentual de investidores das gerações Z e Millennial que afirmam possuir criptomoedas atualmente, de acordo com o último relatório State of Crypto da Coinbase, que entrevistou 4.350 adultos nos EUA sobre o papel das criptomoedas em suas estratégias de mercado: “Investidores mais jovens… são mais propensos a ver as criptomoedas como parte essencial de seu futuro financeiro, em comparação com qualquer geração anterior”.

    CRIPTOCURIOSIDADES

    Qual porcentagem de consumidores da Geração Z entrevistados recentemente disse querer criptomoedas como presente de fim de ano?

    A

    20%

    B

    45%

    C

    60%

    D

    75%

    Veja a resposta abaixo.

    Resposta da pergunta

    B

    45%

    Coinbase Bytes

    As notícias de cripto da semana, resumidas para você

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